quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Controle de infecção hospitalar

Pesquisador analisando frasco de laboratório
Atendendo aos requisitos do Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH), do Ministério da Saúde, o Ipec e o IFF constituíram suas Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), visando a melhoria da qualidade da assistência e a biossegurança de clientes internos e externos.
O PCIH é um conjunto de ações definidas anualmente e que sofrem avaliações constantes, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares.
As CCIH realizam atividades de vigilância epidemiológica e microbiológica, investigações e controle de surtos, monitoramento do uso de antimicrobianos e acompanhamento dos profissionais vítimas de acidentes com material biológico.
Essas comissões também são responsáveis pela implementação das medidas de precaução, por promoverem a educação permanente dos profissionais de saúde e por fazerem recomendações para áreas afins como centrais de material, de higiene ambiental, de gerenciamento de resíduos, de controle de vetores e de controle de qualidade da água, entre outros.
O controle de infecção hospitalar está diretamente ligado ao conceito de Biossegurança, que também é rigorosamente estudado e praticado na Fiocruz. Informações sobre o assunto estão no Sistema de Informações sobre Biossegurança, produzido pelo Núcleo de Biossegurança da Fiocruz (Nubio).

A importância da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) no contexto hospitalar

O controle da infecção hospitalar diz respeito à ética de não causar dano ao paciente expondo-o a infecções desnecessárias e à manutenção do equilíbrio no ambiente do organismo humano com seus parasitas.
Na tentativa de melhor explicar o papel dessa ciência no contexto hospitalar, iniciaremos com a definição de infecção hospitalar (IH), atualmente também denominada de INFECÇÃO ASSOCIADA AOS CUIDADOS DE SAÚDE, que é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifesta durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.
Hipócrates já dizia aos seus discípulos, que não causar dano era um dos princípios fundamentais das atividades em todos os lugares e épocas; que estes deveriam curar quando possível, mitigar as dores frequentemente, consolar sempre e nunca causar danos.
• A CCIH, além de tantas funções, tem essa de fundamental importância, que é a de reduzir as taxas de IH. Alguns trabalhos mostram reduções de 18% e 32%, respectivamente em hospitais sem ou com CCIH bem estruturada.
Para tal resultado, necessita-se:

• Apoio técnico da administração e diretoria;
• Dados epidemiológicos e estímulo ao trabalho em equipe;
• Grupo de pessoas com conhecimentos, habilidades e apoio recíproco com a finalidade de resolver problemas de alta complexidade e crônicos, agindo em conjunto.

A Portaria 2.616, de 12 de maio de 1998, vigente no País, considera que: “...as infecções hospitalares constituem risco significativo à saúde dos usuários dos hospitais, e sua prevenção e controle envolvem medidas de qualificação de assistência hospitalar, de vigilância sanitária e outras, tomadas no âmbito do Estado, do município e de cada hospital...”.
Na busca desses resultados devem ser constituídas as CCIH, de caráter obrigatório pelo Ministério da Saúde, em todas as unidades de saúde:

• CCIH: grupo de profissionais da área de saúde, nível superior, formalmente designado para planejar, elaborar, implementar, manter e avaliar o Plano de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH), adequando às características e necessidades da uniade hospitalar, constituída de membros consultores e executores.
• Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH): Os membros executores constituem o SCIH.

Acima de tudo, a CCIH, devem ser entendidos como órgãos de apoio a todos os setores e áreas de atuação da medicina, enfermagem, fisioterapia e afins e oportunidade inquestionável de inter e multidisciplinalidade. A necessidade de aquisição de conhecimentos na prática atual das ciências da saúde exige velocidade máxima e a CCIH está plenamente à disposição para apoiar e auxiliar em diversas questões como atualização do uso racional de antimicrobianos, indicação de anti-sépticos e desinfetantes, dirimir questões sobre microorganismos multirresistentes, doenças emergentes e reemergentes, surtos intra-hospitalares, atuação em centro-cirúrgico e central de esterilização, esclarecimento sobre a legislação vigente.
Deste modo, quando se fala em controle da infecção hospitalar, além de atividade técnica específica, devemos incluí-lo como componente básico de qualquer programa de garantia de qualidade.